sexta-feira, 17 de março de 2023

Sobre a "melhor carteira de investimentos do mundo" da Aposente aos Trintas

Ontem li o post A melhor carteira de investimentos de todos os tempos e gostei bastante.

Já tem algum tempo que estou insatisfeito com minha carteira (vou mostrar alocação qualquer dia).

Por exemplo, não estou vendo mais vantagem em investir tanto nas ações brasileiras. Não por culpa inteiramente delas, mas por minha própria culpa. Acabo vendendo o que subiu demais e ficando só com tranqueiras, esperando empatar para vender, ou seja, sou burro, não deveria ter ações.

Também vendi IVVB11 em um momento de grande alta e valorização, mas para meu desespero ela subiu mais ainda. Ou seja, meu buy and hold é bastante falso, mas quero melhorar.

Vamos à carteira que a moça do post descreveu:

1. Reserva de emergência alocada em CDB com liquidez diária
2. CDBs que paguem pelo menos IPCA+5% (ou LCI/LCA que paguem pelo menos IPCA + 4%)
3. Tesouro Direto que paguem pelo menos IPCA+5%
4. ETF de bolsa americana com dólar (IVVB11 ou CSPX, para quem tem conta lá fora)

Quero utilizar isso como base para rever minha própria carteira, mas vou adaptar com minhas próprias ideias e experiência.

Bom, o item 1 pra mim não faz sentido, pois cada um trata a reserva como quiser, inclusive colocando em poupança. Aqui pra mim tanto faz e não entra especificamente como "carteira de investimento", já que o objetivo não é viver disso, ter grande rendimento e grande alocação. Então vamos ficar com os itens de 2 a 4.

Sobre o item 2: não curto muito CDB, aqui fico no time do Bastter. Imagine ter 3 milhões de patrimônio e colocar 1/3 em CDB's de banquinho pagando IPCA+5%. Você precisará de vários CDB's de vários banquinhos com várias taxas e vários vencimentos. Tudo com risco de falir e você ter que ficar correndo atrás do dinheiro, isso sem falar no problema de gerenciar vários aplicativos. Desculpe, isso não é pra mim. Sim, tenho CDB sim, mas não há ponto de ter 25% a 50% do patrimônio neles como a autora propõe.

Outra coisa, se o item 3 já é renda fixa, garantida pelo governo (que é mais difícil de quebrar do que um banquinho, neh), e que também paga IPCA+5%, qual a utilidade de ter o CDB? Apenas ter vencimentos diferenciados para retirar o dinheiro de tempos em tempos utilizar para renda. Esse benefício pra mim não cobre os riscos. Prefiro vender parte do TD IPCA mesmo ou ainda substituir o CDB por Tesouro Selic.

Sobre o item 4: não tenho o que comentar. É um ótimo investimento e minha venda desastrosa me prova isso.

E ainda quero dizer que pra mim faltaram os imóveis aí. A própria autora em outro post diz que tem imóveis. Então achei estranho ela não ter comentado isso e ignorado os imóveis nesta alocação. De toda forma, eu colocarei os imóveis mas na forma de FII (sim, sei que não são imóveis em si, e sim um fundo, mas é a forma indireta que escolhi). Acho os FII's interessantes pela renda e por estarem ligados a ativos físicos.

Então resumindo a alocação ficou:

1. FII – principalmente logística e lajes, talvez FoF se quiser ter menos trabalho.

2. Tesouro Direto que paguem pelo menos IPCA+5%, sendo que PARTE pode ser CDBs IPCA+5% e LCI/LCA IPCA+4%.

3. ETF de bolsa americana com dólar (IVVB11 ou CSPX, para quem tem conta lá fora)

3.1 Ações de bancos brasileiros, como ITUB3/BBDC4/BBAS3

 

Sobre o 3.1: mesmo tendo começado meu tempo criticando a bolsa brasileira, ainda não desisti de alocar algo nela completamente, principalmente ao ter a certeza que os bancos brasileiros nunca saem perdendo no médio e longo prazo – é só olhar para o lucro deles.

Por fim, a alocação que penso é conservadora: 50% em renda fixa, 25% em FII e 25% em IVVB11 e bancos.

Minha alocação ainda está longe disso, pois estou muito concentrado em FII e andei vendendo minhas ações nos últimos anos (e meu amado IVVB11), mas vou utilizar isso como guia para os próximos aportes.

É isso, meus amigos. Sei que meu post não foi nenhum pouco técnico como a da autora do Aposente aos Trinta. Sei que coloquei várias impressões, achômetros e opiniões, mas espero ter contribuído com algo.

Abraços,



E claro, deixo o aviso legal: não estou aconselhando ninguém, não sou consultor financeiro e não me responsabilizo pelo uso dessas informações.





2 comentários:

  1. Boa noite! Eu acho que nossa carteira deva mudar naturalmente com o tempo e se adequar a sua idade e caminho FIRE. Gosto bastante da alocação 25/25/50% que você apresentou...Acho que é por aí mesmo...Eu pessoalmente gosto mais de mercado global que IVVB11 (Ex: WRLD11)...mas isso é de cada um...Também não acho que ações BR sejam uma boa, mas como já tenho uma carteira há uns 5 anos vou esperar mais uns 5 anos pra concluir se valeu a pena ou não manter uma carteira. Por enquanto ainda mantenho 22,5% da minh carteira gerenciavel em ações BR. Acho que médio prazo devo tender pro 20/20/20/40% (Ações BR, FIIs, ETFs internacionais e RF) mas com uma tendência de absorção no longo prazo das ações pelos FIIs e ETFs internacionais...vamos ver como vai ser nos próximos anos... Grande abraço!

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  2. VVI, sua alocação é muito equilibrada e estou de acordo, mas ao mesmo tempo tenho ficado cada vez mais conservador e sem paciência para ler e acompanhar qualquer coisa, o que vai fazendo minha alocação ir mais a para a RF. Muito interessando o wrld11, vou dar uma olhada. O que me preocupa nos ETFs é a liquidez deles. Abraços!

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